Uirapuru, de Marcelo Evelin, inspira-se nas entidades que habitam as florestas do Brasil e no imaginário das matas brasileiras. A floresta como cosmologia, selvagem e encantada, um lugar de regresso a um interior profundo e desconhecido, e, em particular, o Uirapuru, o cantor da floresta, que significa “o homem transformado em pássaro” ou “ave enfeitada”, em Tupi-Guarani, a língua dos povos originários do Brasil. O imaginário em redor do Uirapuru invoca a floresta que, apesar de exuberante, se vê ameaçada, forjada na violência e no descaso. E também, a lenda indígena, sobre um pássaro mítico, quase nunca visto, de canto belo, que traz boa sorte a quem o escuta — o símbolo de um Brasil que apesar de destroçado ainda canta… de um Brasil belo. E é o Uirapuru, que nesta criação serve de mediação de um corpo que evoca sons, movimentos e constitui um outro sentido de humanidade, que permite uma paisagem de corpos que se lançam numa condição entre o pousar e o levantar voo, performando a vida, enquanto movimento e gesto e, sobretudo, enquanto sonoridade e vibratilidade.
Uirapuru, de Marcelo Evelin, inspira-se nas entidades que habitam as florestas do Brasil e no imaginário das matas brasileiras. A floresta como cosmologia, selvagem e encantada, um lugar de regresso a um interior profundo e desconhecido, e, em particular, o Uirapuru, o cantor da floresta, que significa “o homem transformado em pássaro” ou “ave enfeitada”, em Tupi-Guarani, a língua dos povos originários do Brasil. O imaginário em redor do Uirapuru invoca a floresta que, apesar de exuberante, se vê ameaçada, forjada na violência e no descaso. E também, a lenda indígena, sobre um pássaro mítico, quase nunca visto, de canto belo, que traz boa sorte a quem o escuta — o símbolo de um Brasil que apesar de destroçado ainda canta… de um Brasil belo. E é o Uirapuru, que nesta criação serve de mediação de um corpo que evoca sons, movimentos e constitui um outro sentido de humanidade, que permite uma paisagem de corpos que se lançam numa condição entre o pousar e o levantar voo, performando a vida, enquanto movimento e gesto e, sobretudo, enquanto sonoridade e vibratilidade.